Wednesday, November 28, 2012

João de Nome em Deus

a João de Deus


Altivo o teu olhar Poeta,
eis o Penedo
que te ergueu o berço
e abraça a vila de grés
que te viu nascer.



Hoje é o teu dia,
ouvem-se  cantos
ecos  petizes  e  melodias 
que  te encantam  em  hino,
unem-se ainda as vogais  
a consoantes de cinza e preto 
 dedicadas  a  mães de amor .

Altivo o teu olhar, João 
majestoso o teu  cântico 

Hoje é o teu dia 
e há  lírios castos 
neste campo de flores, 
e há margaridas selvagens
 a   acordar para  mundo!

 A Primavera avizinha-se  
e  veste-se de novos  poemas 
a arte da escrita que
relembra o teu nome  
de homem em condição.

Porque hoje é o teu dia,
 João
 singelo e único.

Março Joanino


a João de Deus



Cheira a chuvas de março,
 de um março Joanino, poeta,
 o teu.

Meninos curiosos aprendem 
a arte de leitura  e  
há sons  e vozes  perfeitas 
e sorrisos ingénuos a cantar 
 o  teu hino em  amor,

 Cheira a chuvas de março,
 de um março Joanino, poeta, 
o teu.

Contam-se  fábulas  e histórias de cordel 
  há  crianças felizes  a vibrar, 
e  cestinhos de flores em  mãos singelas
para te homenagear.

Cheira a chuvas de março,
 de um março Joanino, poeta, 
o teu.

Friday, March 18, 2011

"pai"

A luz aúrea aproxima-se
quero repousar junto de ti
sentir-te como os segundos
desta hora certeira
que teima adiantar-se
no relógio
pregado na parede cãndida e fria ...


 a tua partida está para breve,
e nem as carpideiras te choram, guerreiro!
o nosso sofrimento
apenas é teu nesta hora
que teima adiantar-se!

a luz aúrea aproxima-se
e a hora pára por instantes,
por instantes,
fica imóvel o ponteiro do relógio...

respiras...
ainda...

A  luz aúrea aproxima-se, "pai"...

Thursday, August 28, 2008

....,,,!!!?????

a escrita resume.se a ti.
cada palavra é parte do corpo teu.
o teu sentir em cada sílaba minha.
a pontuação : a forma outra do prazer que não escrevo aqui!

Monday, May 19, 2008

15



a V,B,A,G


Quinze

foi o número que os separara anos a fio
o mesmo número os unira num só em dias.
Ela desejara-o
para além de mil e uma noites como Sherazade, uma mulher em sonho.
Ele seria a incógnita do tempo , mais que presente em sua vida.
Quinze
era o número que os separara num passado
recordado por ela e os unia agora num presente a dois.
Um versus o outro.
Talvez um dia em quinze de espera sejam uno.
A união verdadeira do SER 


Quinze!
A união plena entre o um e o cinco.
Um! Um sorriso trocado a dois.
Cinco! Cinco os dedos da mão dela
que ele segurou e teimou levar à boca para um terno beijo.
Sorriram para o nada, a acreditar no todo.
Serenamente o tempo devolveu-lhes quinze anos em quinze dias
Estavam ali a par olhos nos olhos sob um número ímpar .
O um
e o cinco que lhes trazia em flash imagens de uma outra história
recordada em quinze anos de intervalo sob cúmplices gargalhadas.
O um era um tempo.
O cinco os dias da semana
contados hora a hora segundo a segundo pelos dois.
Quinze
o número que os ligou
à vida no desejo de um fogoso
momento …

Monday, May 12, 2008

escrita


Escrevo para nós,
as linhas encontram-se perdidas neste branco, sempre branco.
A página teme em não passar em frente
Escrevo para nós, sempre em sentido único.
Frente, espaço, verso.
O nosso amor transformou-se nesta escrita de caligrafia desalinhada ,
marcada pelo ritmo sincopado de um sonho.
O nosso.
Escrevo para nós,
e agora é folha que teme
em não acrescentar nada de novo
à história que nos fez romper horizontes.
Paro para pensar.
Perco-me nos círculos do fumo, do cigarro que já não fumo.
Verifico o bico à bic .
Esta folha não é uma folha solta de um livro qualquer.
É a folha do livro do nosso amor.
E isso basta-nos, nesta escrita desigual.
Espaço, parágrafo, ponto final.

maré vaza

É cedo
meu amor
fragmentos do teu corpo acompanham o
sol que se acende na arriba dourada
plantada no além mar
e
vai 
areal fora
é sublime a dança que nos rompe
o grito 
solta o riso

é madrugada,meu amor,
uma madrugada aúrea,
nobre
de um sentimento
abstracto

é tarde, meu amor
prende-nos a dança

os corpos
a fisionomia
 a sombra
a quatro pés
...
a maré vaza.